Cyberpunk: um gênero de ficção científica e crítica social
Cyberpunk é um gênero de ficção científica que retrata um mundo onde a tecnologia foi além do controle humano e produziu novos tipos de exploração e opressão. Muitas vezes apresenta hackers de computador rebeldes, cenários distópicos, inteligência artificial, cibernética e transumanismo. Cyberpunk também explora temas como alienação social, guerra corporativa, identidade, moralidade e a natureza da humanidade.
Neste artigo, veremos a definição, história, temas e exemplos de cyberpunk em diferentes mídias. Também examinaremos como o cyberpunk influenciou a cultura e a sociedade, bem como as críticas e controvérsias que enfrentou.
cyberpunk
O que é Cyberpunk?
Definição e Características
A palavra cyberpunk foi cunhada pelo escritor Bruce Bethke, que escreveu uma história com esse título em 1982. Ele derivou o termo das palavras cibernética, a ciência de substituir as funções humanas por computadorizadas, e punk, a música cacofônica e a sensibilidade niilista que se desenvolveu na cultura jovem durante os anos 1970 e 1980.
Cyberpunk é um subgênero da ficção científica em um cenário futurista distópico que tende a se concentrar em uma "combinação de vida baixa e alta tecnologia", apresentando conquistas tecnológicas e científicas futuristas, como inteligência artificial e cibernética, justapostas ao colapso social, distopia ou decadência.
As características do Cyberpunk incluem:
Cenário distópico da cidade onde as mega-corporações governam
Integração total da tecnologia na sociedade, com implantes cibernéticos
Protagonistas estranhos (punks) que geralmente estão muito familiarizados com a tecnologia ao seu redor
Detetive fervido e vibrações e influências do filme noir
Temas envolvendo transumanismo, existencialismo e o que significa ser humano.
História e Origens
As origens do cyberpunk estão enraizadas no movimento de ficção científica New Wave dos anos 1960 e 1970, onde New Worlds, sob a direção de Michael Moorcock, começou a convidar e encorajar histórias que examinavam novos estilos de escrita, técnicas e arquétipos. Reagindo à narrativa convencional, autores da Nova Vaga, como Philip K. Dick, Michael Moorcock, Roger Zelazny, John Brunner, J. G. Ballard, Philip José Farmer e Harlan Ellison examinaram o impacto da cultura das drogas, da tecnologia e da revolução sexual, evitando as tendências utópicas da ficção científica anterior.
Lançado em 1984, o influente romance de estreia de William Gibson, Neuromancer, ajudou a solidificar o cyberpunk como um gênero, atraindo influência da subcultura punk e da cultura hacker inicial. Ronin de Frank Miller é um exemplo de graphic novel cyberpunk. Outros escritores influentes do cyberpunk incluem Bruce Sterling e Rudy Rucker.
O subgênero cyberpunk japonês começou em 1982 com a estreia da série de mangá de Katsuhiro Otomo, Akira, com sua adaptação para o cinema de anime de 1988 (também dirigida por Otomo) posteriormente popularizando o subgênero. Os primeiros filmes do gênero incluem o filme Blade Runner de Ridley Scott, de 1982, uma das várias obras de Philip K. Dick que foram adaptadas para o cinema (neste caso, Androids Dream of Electric Sheep?).
Temas e Tópicos
Cyberpunk explora temas como alienação social, guerra corporativa, identidade, moralidade e a natureza da humanidade. Alguns tópicos comuns incluem:
Inteligência artificial: A criação e interação de máquinas inteligentes Continuando o artigo:
Cibernética: O aprimoramento ou substituição de partes do corpo humano por dispositivos mecânicos ou eletrônicos
Transumanismo: O uso da tecnologia para transcender as limitações da condição humana
Hacking: A manipulação de sistemas e redes de computadores para vários fins, como coleta de informações, sabotagem ou ativismo
Realidade virtual: A criação e imersão em ambientes simulados que podem diferir ou se assemelhar à realidade
Pós-apocalíptico: A representação de um mundo após um evento cataclísmico que destruiu a civilização ou causou mudanças drásticas
Exemplos de Cyberpunk em Diferentes Mídias
Literatura
A literatura cyberpunk é uma das formas mais influentes e diversificadas do gênero, com muitos autores contribuindo para seu desenvolvimento e evolução. Alguns exemplos notáveis de romances e contos cyberpunk são:
Neuromancer de William Gibson (1984): O primeiro romance a ganhar os prêmios Nebula, Hugo e Philip K. Dick, Neuromancer segue as façanhas de um hacker fracassado chamado Case, que é contratado por um empregador misterioso para realizar um assalto complexo no ciberespaço.
Snow Crash de Neal Stephenson (1992): Um romance satírico e cheio de ação que mistura cyberpunk, ficção histórica e mitologia, Snow Crash conta a história de Hiro Protagonista, um hacker e entregador de pizza que se envolve em uma trama para liberar um vírus que pode infectar humanos e computadores.
Será que os Andróides sonham com ovelhas elétricas? por Philip K. Dick (1968): Um romance distópico que inspirou o filme Blade Runner, Do Androids Dream of Electric Sheep? explora as implicações éticas e existenciais da vida artificial, enquanto um caçador de recompensas chamado Rick Deckard persegue andróides desonestos que escaparam de seus donos.
The Diamond Age de Neal Stephenson (1995): Um romance pós-cyberpunk que incorpora elementos de steampunk e nanotecnologia, The Diamond Age segue as aventuras de Nell, uma jovem que recebe um livro misterioso que a ensina como sobreviver e prosperar em um mundo dominado pelo tribalismo e tecnologia.
A trilogia Sprawl de William Gibson (1984-1988): Uma série de romances interconectados (Neuromancer, Count Zero e Mona Lisa Overdrive) que retratam um futuro onde o ciberespaço é um reino vasto e perigoso, onde hackers, corporações, mercenários e inteligências artificiais disputam poder e influência.
Cinema e Televisão
O cinema e a televisão cyberpunk são mídias populares e influentes que levaram o cyberpunk a um público mais amplo e inspiraram muitos outros trabalhos. Alguns exemplos notáveis de filmes e programas de TV cyberpunk são:
Blade Runner (1982): Um clássico cult dirigido por Ridley Scott, baseado no romance de Philip K. Dick, Androids Dream of Electric Sheep?
The Matrix (1999): Um filme inovador dirigido pelos Wachowskis, The Matrix é ambientado em um futuro distópico onde os humanos são escravizados por máquinas que usam seus corpos como fonte de energia, enquanto suas mentes estão presas em uma realidade simulada chamada Matrix. Um hacker chamado Neo é contatado por um grupo de rebeldes que acreditam que ele é o escolhido para libertar a humanidade das máquinas.
Akira (1988): Um filme de anime marcante dirigido por Katsuhiro Otomo, baseado em sua série de mangá de mesmo nome, Akira se passa em uma Tóquio pós-apocalíptica em 2019, onde um adolescente líder de gangue de motoqueiros chamado Kaneda se envolve em um projeto militar que libera os poderes psíquicos de seu amigo Tetsuo, que se torna uma força perigosa e instável.
Ghost in the Shell (1995): Um influente filme de anime dirigido por Mamoru Oshii, baseado na série de mangá de Masamune Shirow com o mesmo nome, Ghost in the Shell se passa em um Japão futurista onde ciborgues e hackers são comuns, e segue as façanhas do Major Motoko Kusanagi, um agente ciborgue de elite que trabalha para uma unidade secreta antiterrorismo chamada Seção 9.
Black Mirror (2011-presente): Uma série de antologia aclamada pela crítica criada por Charlie Brooker, Black Mirror explora as consequências sombrias e distorcidas da tecnologia e da sociedade em vários cenários, muitas vezes com um tom distópico ou satírico.
Quadrinhos e Graphic Novels
Quadrinhos e graphic novels cyberpunk são outra forma de expressão para artistas cyberpunk e Continuando o artigo:
agente aprimorado que trabalha para uma organização secreta que lida com ameaças globais. O jogador pode escolher como abordar cada situação, usando combate, furtividade, hacking ou diplomacia.
System Shock da Looking Glass Studios (1994): Um jogo pioneiro de ação e aventura em primeira pessoa que se passa em uma estação espacial onde uma inteligência artificial desonesta chamada SHODAN assumiu o controle e desencadeou vários perigos. O jogador deve sobreviver e parar os planos de SHODAN, enquanto atualiza suas habilidades e equipamentos.
Shadowrun da FASA Corporation (1989-2013): Um RPG de mesa cyberpunk que combina elementos de fantasia, como magia, elfos e dragões, com um cenário futurista onde operam megacorporações, hackers e mercenários. O jogo gerou várias adaptações de videogame, como Shadowrun Returns (2013) e Shadowrun: Dragonfall (2014).
Neuromancer da Interplay Productions (1988): Um jogo de aventura de apontar e clicar baseado no romance de mesmo nome de William Gibson. O jogo segue a história de Case, um hacker contratado por um misterioso empregador para realizar um assalto complexo no ciberespaço.
Jogos de RPG de mesa
Os RPGs de mesa Cyberpunk são outra maneira de experimentar mundos e cenários cyberpunk, usando dados, regras e imaginação. Alguns exemplos notáveis de RPGs de mesa cyberpunk são:
Cyberpunk 2020 de R. Talsorian Games (1988): Um RPG cyberpunk que se passa no ano de 2020, onde o mundo é dominado por megacorporações, gangues e hackers.O jogo permite que os jogadores criem seus próprios personagens de várias funções, como solo, netrunner, rockerboy ou corporativo, e se envolvam em várias missões e aventuras.
Shadowrun by FASA Corporation (1989-2013): Um RPG cyberpunk que combina elementos de fantasia, como magia, elfos e dragões, com um cenário futurista onde operam megacorporações, hackers e mercenários. O jogo gerou várias adaptações de videogame, como Shadowrun Returns (2013) e Shadowrun: Dragonfall (2014).
Eclipse Phase da Posthuman Studios (2009): Um RPG pós-cyberpunk que se passa em um futuro transumano onde a humanidade sobreviveu a um evento cataclísmico que destruiu a Terra. O jogo explora temas como identidade, carregamento mental, inteligência artificial e risco existencial.
Blade Runner da West End Games (1997): Um RPG cyberpunk baseado no filme de mesmo nome. O jogo permite que os jogadores criem seus próprios personagens de várias profissões, como corredor de lâminas, caçador de replicantes, samurai de rua ou executivo corporativo, e se envolvam em vários cenários e aventuras.
Cyberpunk e sua influência na cultura e na sociedade
Estética e Moda Cyberpunk
A estética e a moda do Cyberpunk são aspectos distintos e influentes do gênero que inspiraram muitos artistas e designers. A estética e a moda do Cyberpunk geralmente apresentam:
Cores escuras e neon
Materiais metálicos e sintéticos
Implantes e próteses cibernéticas
Acessórios hacker e punk
Vestuário militar e urbano
A estética e a moda cyberpunk podem ser vistas em diversas mídias e produtos, como videoclipes, Continuando o artigo:
obras de arte, pôsteres, revistas, livros, filmes, jogos, sites, aplicativos, gadgets e roupas. Alguns exemplos de estética e moda cyberpunk são:
O videoclipe de "Bad Guy" de Billie Eilish, que apresenta luzes de neon, carros futuristas e roupas cyberpunk.
A obra de arte de "Neuromancer" de William Gibson, que retrata um hacker em uma paisagem urbana escura e iluminada por neon.
O pôster de "Blade Runner 2049" de Denis Villeneuve, que mostra uma Los Angeles distópica com carros voadores e hologramas.
A revista "Wired", que aborda temas como tecnologia, cultura e inovação, com estilo e design cyberpunk.
O livro "Ready Player One" de Ernest Cline, que apresenta um mundo de realidade virtual chamado OASIS, onde as pessoas podem criar seus próprios avatares e explorar vários cenários cyberpunk.
O filme "The Matrix" dos Wachowskis, que apresenta uma realidade simulada onde humanos são escravizados por máquinas, e um grupo de rebeldes que usam hackers e artes marciais para revidar.
O jogo "Cyberpunk 2077" da CD Projekt Red, que apresenta um personagem personalizável que pode explorar Night City, uma metrópole em expansão onde a tecnologia e o crime são desenfreados.
O site "Hackaday", que apresenta projetos e tutoriais relacionados a hacking, eletrônica e cultura DIY.
O aplicativo "Glitch Lab", que permite aos usuários criar e editar fotos e vídeos com efeitos e filtros de falhas.
O gadget "Neuralink", que é uma interface cérebro-computador desenvolvida pela empresa de Elon Musk que visa conectar humanos e máquinas.
A marca de roupas "Cyberdog", especializada em roupas e acessórios futuristas e inspirados em raves.
Subculturas e movimentos cyberpunk
As subculturas e movimentos do cyberpunk são grupos de pessoas que se identificam ou são influenciados pelos valores, estética e temas do cyberpunk. As subculturas e movimentos cyberpunk geralmente compartilham um interesse comum em tecnologia, hacking, justiça social e estilos de vida alternativos. Alguns exemplos de subculturas e movimentos cyberpunk são:
Cypherpunks: Um grupo de ativistas que defendem o uso de criptografia e tecnologias de aprimoramento da privacidade para alcançar mudanças sociais e políticas.Eles são conhecidos por desenvolver várias ferramentas e protocolos como PGP, Tor, Bitcoin, WikiLeaks e Signal.
Transumanistas: Um grupo de pensadores que acreditam que os humanos podem e devem usar a tecnologia para aprimorar suas habilidades físicas e mentais e superar suas limitações. Eles estão interessados em tópicos como inteligência artificial, biotecnologia, nanotecnologia e upload de mentes.
Biohackers: Um grupo de amadores que experimentam modificar sua própria biologia usando vários métodos, como implantes, edição de genes, nootrópicos e dispositivos DIY. Eles são motivados pela curiosidade, auto-aperfeiçoamento ou ativismo.
Cybergoths: Um grupo de pessoas que combinam elementos das subculturas cyberpunk e gótica em sua moda Continuando o artigo:
e música. Eles normalmente usam cores escuras e neon, acessórios cibernéticos, dreadlocks e óculos de proteção.
Cyberpunks: Um grupo de pessoas que adotam o ethos e o estilo de vida do cyberpunk, muitas vezes vivendo à margem da sociedade e usando a tecnologia para hacking, ativismo ou entretenimento. Eles também podem adotar uma estética e moda cyberpunk.
Críticas e controvérsias do cyberpunk
A crítica e a controvérsia do cyberpunk são as questões e debates que surgiram do gênero cyberpunk e seu impacto na cultura e na sociedade. As críticas e controvérsias do cyberpunk geralmente envolvem tópicos como:
A representação e diversidade de personagens e configurações do cyberpunk, especialmente em relação à raça, gênero, sexualidade e classe.
As implicações éticas e sociais das tecnologias e cenários cyberpunk, como inteligência artificial, cibernética, hacking e realidade virtual.
As mensagens e agendas políticas e ideológicas dos trabalhos e criadores do cyberpunk, como anarquismo, libertarianismo, capitalismo ou socialismo.
A originalidade e inovação das obras e criadores cyberpunk, bem como a influência e apropriação do cyberpunk por outros gêneros e mídias.
Conclusão
Cyberpunk é um gênero de ficção científica que retrata um mundo onde a tecnologia foi além do controle humano e produziu novos tipos de exploração e opressão. Muitas vezes apresenta hackers de computador rebeldes, cenários distópicos, inteligência artificial, cibernética e transumanismo. Cyberpunk também explora temas como alienação social, guerra corporativa, identidade, moralidade e a natureza da humanidade.
O cyberpunk influenciou a cultura e a sociedade de várias maneiras, como por meio de sua estética e moda, suas subculturas e movimentos e sua crítica e controvérsia. Cyberpunk também inspirou muitos trabalhos em diferentes mídias, como literatura, cinema e televisão, quadrinhos e histórias em quadrinhos, videogames e RPGs de mesa.
Cyberpunk é um gênero que nos desafia a questionar nossa relação com a tecnologia, a sociedade e nós mesmos. Nos convida a imaginar futuros alternativos que podem ser sombrios ou esperançosos, mas sempre fascinantes.
perguntas frequentes
Aqui estão algumas perguntas frequentes sobre cyberpunk:
P: Quem cunhou o termo cyberpunk?
R: O termo cyberpunk foi cunhado pelo escritor Bruce Bethke, que escreveu uma história com esse título em 1982.
P: Quais são algumas das obras cyberpunk mais influentes?
R: Algumas das obras cyberpunk mais influentes são Neuromancer de William Gibson, Blade Runner de Ridley Scott, Continuando o artigo:
Akira de Katsuhiro Otomo e The Matrix dos Wachowskis.
P: Quais são alguns dos principais temas e tópicos do cyberpunk?
R: Alguns dos principais temas e tópicos do cyberpunk são inteligência artificial, cibernética, transumanismo, hacking, realidade virtual e pós-apocalíptico.
P: Quais são alguns dos subgêneros do cyberpunk?
R: Alguns dos subgêneros do cyberpunk são pós-cyberpunk, biopunk, steampunk, dieselpunk, solarpunk e cyberprep.
P: Quais são algumas das críticas e controvérsias do cyberpunk?
R: Algumas das críticas e controvérsias do cyberpunk são a representação e a diversidade dos personagens e cenários do cyberpunk, as implicações éticas e sociais das tecnologias e cenários do cyberpunk, as mensagens e agendas políticas e ideológicas dos trabalhos e criadores do cyberpunk e a originalidade e inovação dos trabalhos e criadores do cyberpunk.
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